A hepatite é a inflamação do fígado que pode ser causada por vírus, uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. Geralmente não tem sintomas, mas quando eles aparecem podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjôo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
O fígado é responsável pela síntese e metabolização de proteínas, carboidratos e gorduras, desintoxica detritos metabólicos normais, medicamentos e produtos químicos ingeridos. A maioria das proteínas plasmáticas são sintetizadas no fígado, além disso é o principal sítio de gliconeogênese e regulador homeostase da glicose.
HEPATITE A:
Também conhecida como hepatite infecciosa, hepatite epidêmica ou hepatite de período de incubação curto é causada pelo vírus A (HAV). Os sintomas podem aparecer de 15 a 50 dias após a contaminação (média de 30 dias).
A principal forma de contágio é a fecal-oral, por contato entre humanos ou água e alimentos contaminados. A transmissão poderá ocorrer 15 dias antes dos sintomas e até sete dias após o início da icterícia. A transmissão também pode ocorrer por relação sexual oral-anal (angilingus) por meio do contado da mucosa da boca de uma pessoa com o ânus de outra portadora da infecção aguda da doença.
Ela pode ser prevenida pela vacinação específica contra o vírus A, mas a melhor estratégia é a prevenção com melhoria das condições de vida, com adequação do saneamento básico e das medidas educacionais de higiene.
Não existem casos de hepatite crônica pelo HAV e o prognóstico é excelente com possibilidade de recuperação completa.
HEPATITE B:
Viral e contagiosa é causada pelo vírus da hepatite B (HBV), anteriormente conhecida como soro-homóloga. 90 a 95% dos adultos se curas e 5 a 10% permanecem com o vírus por mais de seis meses, evoluindo para a forma crônica da doença. 90% das pessoas que nascem com a doença evoluem para a forma crônica e podem, no futuro apresentar cirrose e/ou carcinoma hepatocelular. Os sintomas aparecem de 30 a 180 dias após a contaminação (média de 70 dias).
A hepatite aguda tem três fases:
– Prodônica ou pré-icterícia: com aparecimento de febre, astenia, dores musculares ou articulares e sintomas digestivos, tais como: anorexia, náuseas e vômito, perversão do paladar, às vezes cefaléia, repulsa ao cigarro. A evolução é de mais ou menos quatro semanas. Eventualmente essa fase pode não acontecer, surgindo a icterícia como primeiro sinal.
– Icterícia: abrandamento dos sintomas digestivos e do surgimento da icterícia que pode ser da intensidade variável, sendo, às vezes, precedida de colúria. A hipocolia pode surgir por prazos curtos, sete a dez dias, e às vezes se acompanha de prurido.
– Convalescença: desaparece a icterícia e retorna a sensação de bem-estar. A recuperação completa ocorre após algumas semanas, mas a astenia pode persistir por vários meses. 90 a 95% dos pacientes adultos acometidos podem evoluir para a cura.
A hepatite B crônica acontece quando a hepatite aguda persiste por mais de 6 meses. Os sintomas são, principalmente, fadiga, mal-estar e sintomas digestivos. Em alguns casos após anos de evolução pode aparecer cirrose, com icterícia, edema, ascite, varizes de esôfago e alterações hematológicas, pode evoluir também para hepatocarcinoma sem passar pelo estágio da cirrose.
Ela é transmitida por relação sexual sem proteção, procedimentos sem esterilização ou utilização de material descartável (intervenções odontológicas e cirúrgicas, hemodiálise, tatuagens, perfurações de orelha, colocação de piercings), compartilhamento de seringas, agulhas e outros equipamentos durante o uso de drogas), transfusão de sangue e derivados contaminados, transfusão vertical (mãe/filho), aleitamento materno, acidentes perfurocortantes.
A prevenção é feita com controle de bancos de sangue com triagem da doença, vacinação contra hepatite B, uso de equipamentos de proteção individual pelos profissionais da saúde e não compartilhamento de alicates de unha, lâminas de barbear, escova de dente, equipamentos para uso de drogas.
HEPATITE C:
Era responsável por 90% dos casos de e assim como a hepatite B é viral e contagiosa. É causada pelo vírus da hepatite C (HCV). Em média 80% das pessoas que se infectam não conseguem eliminar o vírus, evoluindo para as formas crônicas, os outros 20% conseguem eliminá-lo dentro de um período de 6 meses do início da infecção.
Os sintomas podem aparecer de 15 a 150 dias após a contaminação. A fase aguda é rara, mas quando aparece segue quadro semelhante ao das outras hepatites.
Na fase crônica os sintomas são, normalmente, fadiga, edema, ascite, varizes de esôfago, alterações hematológicas e hepatocarcinoma.
Os principais meios de contaminação são: transfusão de sangue e uso de drogas injetáveis, hemodiálise, acupuntura, piercings, tatuagem, drogas, manicures, barbearia, instrumentos cirúrgicos contaminados, relação sexual sem proteção, transmissão vertical e aleitamento materno, acidente ocupacional e transplante de órgãos e tecidos.
A prevenção é, assim como as outras, feita através de controle e higiene de materiais utilizados.
HEPATITE DELTA:
Infecciosa, viral, contagiosa causada pelo vírus da hepatite delta (HDV). Os sintomas aparecem de 30 a 50 dias após a contaminação.
Pode acontecer com co-infecção do vírus D como vírus B em indivíduos normais quando a pessoa adquire simultaneamente os vírus B e D. Tem as mesmas características da hepatite aguda B clássica e geralmente tem prognóstico benigno a evolução crônica é rara. Ou com superinfecção pelo vírus D em portadores (sintomáticos ou assintomáticos) pelo vírus B quando o indivíduo é infectado somente pelo vírus B, que evolui para a cronicidade, é contaminado pelo vírus D. P prognóstico é mais grave , podendo haver dano hepático severo, ocasionando formas fulminantes de hepatite ou evolução rápida e progressiva para a cirrose.
A transmissão e a prevenção são as mesmas das outras hepatites.
HEPATITE E:
Doença, infecciosa viral, contagiosa causada pelo vírus E (HEV). Os sintomas aparecem de 15 a 60 dias (média de 40) após a infecção.
A via de transmissão fecal-oral favorece a disseminação da infecção nos países em desenvolvimento, onde a contaminação dos reservatórios de água mantém a cadeia de transmissão da doença. A transmissão interpessoal não é comum. Em alguns casos os fatores de risco não são identificados.
A melhor forma de prevenção é, assim como na A, a melhoria das condições de saneamento básico e medidas educacionais de higiene.
A maioria dos casos evolui para a cura, sendo necessária a hospitalização dos casos mais graves, os quais são mais requentes entre gestantes. Não existe forma crônica.
O repouso é considerado medida imposta pela própria condição do paciente.
ALIMENTAÇÃO:
A alimentação é parecida em todos os casos devendo seguir a aceitação do paciente, visto que apresenta anorexia e intolerância alimentar e é imprescindível a abstinência ao álcool.
FONTE:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/hepatites_abcde.pdf
Leia também:
Cirrose
http://hepatitesvirais.com.br/
http://www.doencasdofigado.com.br/nutri%C3%A7%C3%A3o%20na%20doen%C3%A7a%20do%20figado.pdf
http://hepatite.org.br/
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