PARA A MÃE (NUTRIZ):
– Prevenção de hemorragia após o parto: O hormônio ocitocina que favorece a descida do leite pela contração das células mioepiteliais ao redor dos alvéolos mamários, também produz contração da musculatura uterina, contribuindo para a expulsão da placenta e para a redução do sangramento, prevenindo a hemorragia após o parto.
– Emagrecimento: Para a produção de leite, ocorre mobilização das reservas adiposas maternas, acumuladas durante a gestação, colaborando com o retorno do peso materno normal.
– É reconhecida como um método contraceptivo natural: O aleitamento materno exclusivo em livre demanda exerce um efeito inibidor sobre a ovulação, mediado por mecanismo de retroalimentação entre hipotálamo, hipófise e ovários. Com a sucção do bebê, ocorre liberação do hormônio prolactina pela glândula hipófise anterior (hormônio que estimula a produção de leite), que também ajuda a suprimir a liberação dos hormônios luteinizantes e folículo estimulante, necessários ao desenvolvimento e à expulsão do óvulo. Assim, com a amamentação, é possível prolongar a infertilidade depois do parto inibindo a ovulação e a menstruação.
– Prevenção de câncer: A proteção contra câncer de mama e de ovário também se relaciona com a prática do aleitamento materno.
– Vínculo mãe-filho: Sabe-se que o contato precoce entre ambos pode influenciar a conduta posterior das mães em relação a seus filhos, o que é expresso no desenvolvimento do apego, no menor índice de rejeição e abandono e, consequentemente, na maior duração do aleitamento materno. Pode-se dizer que as mães que amamentam são menos ansiosas e expressão maior satisfação em alimentar e interagir com seus bebês.
PARA O BEBÊ (LACTENTE):
– Crescimento e desenvolvimento adequado: Por garantir os nutrientes necessários.
– Crianças amamentadas com leite materno têm um escore no desenvolvimento cognitivo significativamente maior do que os amamentados com fórmulas lácteas.
– Maior estabilidade emocional, e de comportamento, bem como melhor acuidade visual e habilidade motora, provavelmente em razão da presença de ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa (DHA – ácido docosaexaenóico e ácido araquidônico) importantes para o rápido desenvolvimento nervoso imaturo do bebê.
– Sistema imunológico: O aleitamento materno permite a comunicação imunológica entre mãe e filho por meio de hormônios, fatores de crescimento e citoquinas. Os nucleotídeos, glutamina e lactoferrina presentes no leite materno influenciam o desenvolvimento gastrintestinal e a defesa do organismo.
– Diminui a incidência e/ou gravidade de diarréia, infecção respiratória baixa, otite média, bacteremia, meningite bacteriana, botulismo, infecção no trato urinário e enterocolite necronizante.
– Possível efeito protetor contra a síndrome da morte súbita, diabetes insulino-dependente, doença de Chron, colite ulcerativa, linfoma, doenças alérgicas e outras doenças digestivas crônicas, câncer e doenças cardiovasculares.
– Amadurecimento da função oral, pela correta posição durante a demanda, favorecendo o desenvolvimento dos músculos e ossos da face, evitado também os distúrbios dos órgãos fonadores e a síndrome da respiração bucal.
– Contato do lactente com diversos sabores, por meio de compostos químicos de aroma e sabor presentes no leite materno, e que refletem diretamente os alimentos ingeridos pela mãe, que contribui para a melhor aceitação dos alimentos complementares, bem como familiariza o lactente com tipos e intensidade de sabores da cultura e da região a qual pertence.
PARA A FAMÍLIA:
– O aleitamento artificial acarreta custo adicional no orçamento da família, no qual deve ser considerado o valor do alimento substituto utilizado como também de todos os utensílios, equipamentos e tempo dispensado para preparo.
– Risco de diarréia, custos médicos, medicamentos, internação, falta dos pais ao trabalho por meio de doença da criança.
– O leite materno está sempre pronto para o consumo, com composição e temperatura adequada, proteção contra algumas doenças infantis e também doenças futuras do adulto.
– Aleitamento materno contribui para um melhor desenvolvimento emocional, social e psicomotor nas crianças.
FONTE:
Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia (Chemim, Mura)