A infância é um dos períodos de maior crescimento e desenvolvimento da pessoa. Na fase pré-escolar esse crescimento declina e junto com ele o apetite, assim as crianças comem menos e para não deixar os filhos com fome os pais (avós, tios, irmão..enfim, os responsáveis por eles) oferecem alimentos que “agradam” mais o paladar da criança, que são os doces, chocolates, salgadinhos, balas, biscoitos, sanduíches. Essa atitude, muitas vezes de desespero por não ver o filho comer, é bastante prejudicial a saúde dele já que esses alimentos oferecem uma carga calórica, de açúcar, gordura e caloria muito alta e de vitaminas e minerais muito baixa, então as crianças começam a ganhar peso.
Na fase escolar (7 a 10 anos) há maior reserva energética para que possa ocorrer o estirão pubertário, nessa fase eles comem mais e como já se acostumaram a ingerir os alimentos supérfluos, na maioria das vezes, não aceitam os mais saudáveis (arroz, feijão, carne, saladas, frutas) o que fará com que o ganho de peso seja ainda maior. Esse excesso de peso não é gasto durante a puberdade e a criança obesa (que antes era “bonitinha”) virou um adolescente obeso com complexos, baixa auto-estima, problemas de saúde e psicológicos.
Na minha opinião, a alimentação nessas fases (pré-escolar e escolar) é a mais importante e é nesse período que os hábitos são estabelecidos e consequentemente o estado de saúde do indivíduo na vida adulta. Para que as crianças “comam bem” é imprescindível que os pais também tenham hábitos saudáveis, afinal eles são o (primeiro) exemplo que o filho seguirá. A escola é a outra responsável pela educação nutricional da criança, se a escola oferece (tanto na cantina, como na lanchonete) alimentos sem valor nutritivo, a criança vai comer, mas se a escola oferece uma alimentação balanceada, ou vende na lanchonete sanduíches menos calóricos, com mais nutrientes, sucos naturais ou picolés de frutas as crianças vão optar e se acostumar com estes alimentos, e assim prevenirão a maioria das doenças.
Orientações básicas:
– É necessário estabelecer uma rotina de horários para a alimentação por meio de horários (3 em 3 horas ou 2 em duas horas).
– Evitar o consumo de líquidos durante as refeições. Eles podem ser oferecidos após as refeições, de preferência sucos de frutas, água mineral ou água de coco.
– É recomendado que a criança descanse de 10 a 15 minutos antes das refeições pois se estiver cansada ou superestimulada com brincadeiras podem não aceitar a refeição.
– Deve-se evitar comportamentos como o oferecimento de recompensa, chantagens e brincadeiras para fazer a criança comer, pois reforça a idéia de que o alimento é ruim e é preciso oferecer algo de bom para que possa suportar.
– Evitar também punições e castigos, pois ao forçar a comer pode-se gerar aversão aos alimentos e assim, desenvolver anorexia verdadeira.
– Oferecer alimentos com textura e sabor apropriados para a idade da criança, respeitando-se as preferências individuais tanto quanto possível. Se a criança recusar sistematicamente um determinado alimento substitua-o por outro que seja do mesmo grupo de alimentos.
– Incentivar a criança a explorar o alimento, sentindo cheiro, textura com as mãos, e depois experimentar para sentir o sabor. A criança só passa a aceitar o alimento depois de conhecer o seu sabor e isso só ocorre quando, em média, experimenta oito a nove vezes o mesmo alimento.
– O apetite está relacionado a fatores como aspecto, cores dos alimentos e diversificação do cardápio. Isso não significa que para a criança aceitar os alimentos, os pratos devem estar sempre enfeitados, mas sim, ser composto com alimentos de várias cores e ter aspecto saboroso para estimular o apetite.
– Guloseimas como doces, balas e salgadinhos não devem ser proibidos porque estimularão ainda mais a curiosidade da criança, mas podem ser consumidos em horários adequados e em quantidades suficientes para não atrapalharem o apetite na próxima refeição e nem substituí-la.
– Nas refeições a criança deve estar acomodada a mesa como os outros membros da família, sem fatores que a distraiam, como televisão e brincadeiras. A aceitação por novos alimentos se dá por condicionamento social, portanto, é bom que a criança observe outras pessoas, para imitá-las.
-O ambiente a hora da refeição deve ser calmo e tranqüilo, pois facilita a confiança e o prazer da criança em se alimentar.
– A disciplina à mesa deverá ser exigida apenas no que é próprio para a idade da criança, pois se for rígida demais, a alimentação poderá ser evitada, por se relacionar a conflitos e frustrações.
– Para o escolar o horário das refeições deve-se ajustar as atividades familiares e escolares, porém é importante estabelecer e seguir uma rotina.
– Não forçá-lo a comer alimentos que não queira, mas estimulá-lo a experimentar novos sabores.
– Caso p escolar mostre-se inapetente nas principais refeições, verificar os alimentos que está consumindo entre as refeições.
– Atenção ao consumo de fast food que geralmente tendem a ser muito calóricos, ricos em gorduras, açúcares e sódio, porém com baixo valor nutritivo, especialmente pobre em cálcio, fibras e vitaminas A e C. Se esses alimentos são incluídos esporadicamente na alimentação, como parte da socialização do escolar, não acarreta riscos a saúde.
Sega essas dicas simples e procure um nutricionista para te orientar individualmente, ok!
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Feliz dia das crianças pros baixinhos e altinhos…
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